Tenho a certeza de que estão todos a perguntar-se que superpoder é este…
É um poder fantástico e deu uma volta à minha vida!
Este superpoder chama-seepigenética. Que nome bárbaro, não é?
Na verdade, é mais simples do que parece.
O ADN encontra-se no núcleo das nossas células e é o projeto geral para a construção de tudo o que o nosso corpo precisa (órgãos, músculos, pele, enzimas…..). Dependendo do que é necessário, os genes (pequenos pedaços de ADN) são descodificados para lançar os processos necessários.
A epigenética é a capacidade de modificar a expressão dos genes sem modificar a estrutura do ADN, graças a ou por causa de certos factores ambientais.
Por outras palavras, bloqueamos ou desbloqueamos o acesso a certas partes do plano de construção em função do nosso ambiente.
Para quem se pergunta como? Existem 3 processos principais: um interrutor OFF (reação de metilação), um interrutor ON (reação de acetilação) e um terceiro processo que utiliza microRNA (que impede o mRNA de transportar a mensagem para iniciar o fabrico).
Antes de prosseguir :
- Primeiro, um pequeno flashback, no início dos anos 2000.
Nessa altura, eu era estudante e a genética reinava suprema. O mundo da ciência estava a ser agitado. A descodificação do ADN estava a chegar ao fim e, com ela, grandes esperanças médicas. De facto, muitos avanços médicos tinham sido feitos graças a este trabalho (conhecidos como terapias genéticas).
No entanto, era também uma altura em que tínhamos uma espada de Dâmocles a pairar sobre as nossas cabeças. Tudo estava escrito antecipadamente no nosso ADN… Para quem tem mais de 30 anos, talvez se lembre do filme Bem-vindo a Gattaca (ou Gattaca em francês)… Assustador!
- Hoje, porém, apercebemo-nos de que nada é inevitável e que nós próprios podemos influenciar a expressão dos nossos genes.
Para ilustrar este facto, vejamos um exemplo de epigenética:
Tomemos o caso das abelhas: consoante se alimenta as larvas com geleia real ou mel, obtém-se uma rainha ou uma operária: o tamanho é diferente e a esperança de vida também (5 meses versus 5 anos).
Para os cientistas, aqui fica uma pequena explicação: a geleia real contém folatos, um agente metilante que bloqueia (silencia ou desliga) o programa normal da abelha, permitindo a expressão do gene de transformação morfológica.
(procurar ligação)
Assim, mesmo que tenhamos genes desfavoráveis, temos uma hipótese de conseguir inverter a tendência.
Por outro lado, lamento dizer, podemos ter genes óptimos mas ter um estilo de vida pobre, como refrigerantes, batatas fritas, salame, televisão… e desenvolver uma doença metabólica.
Para além disso, as alterações de um gene transmitem-se por 3 gerações! Por outras palavras, o seu modo de vida terá repercussões na saúde dos seus netos.
A boa notícia é que é reversível!
Em termos práticos, como é que podemos influenciar os nossos genes?
Fazendo pequenas coisas simples no dia a dia: praticar exercício físico regularmente, respirar bem (pode aprender a fazê-lo), ter uma alimentação saudável e variada, gerir melhor o stress (coerência cardíaca), estar bem rodeado socialmente, divertir-se regularmente, rir. E ainda, através da micronutrição, das plantas e de uma infinidade de outros métodos que terei todo o gosto em ajudá-lo a descobrir e a partilhar consigo.
Então, está pronto para se tornar a melhor versão de si mesmo?
Sandra (por?) BYH
Quer saber mais? Aqui está uma seleção de livros:
- O impacto das emoções no ADN (Nathalie Zammateo)
- O impacto do comportamento no ADN (Marie Botman – Nathalie Zammateo)
- A sinfonia da vida (Joel de Rosnay)
- A revolução epigenética (Joel de Rosnay-Dean Ornsih-Claudine Junien-David Khayat-Pierre-Henri Gouyon)
- https://www.youtube.com/watch?v=I-nBT6U9Qpo Joel de Rosnay
- https://www.youtube.com/watch?v=E9o8yx9ViZM O stress e a epigenética